De Penilhos eu viagei
Para o aeroporto de lisboa
Num avião eu embarquei
Em busca de uma vida boa
Em terras suiças estou
Um dia eu vou voltar
No alentejo a saudade ficou
Voltarei pra la ficar
Em rorschach estou morando
A vida assim me obrigou
Familia ficou chorando
O meu coração chorou
Assim é a vida do emigrante
Estando tão longe,sosinho
Pensando na vida,tão distante
A penssar no seu montinho
Da minha terra eu parti
Na ideia eu levei
Voltar pra onde nasci
Quando do alentejo parti,chorei
João Horta
MÉRTOLA
Que terra é aquela, além,
Naquela encosta do monte,
Que a cada entrada tem
De água límpida uma fonte?
Qual? – A que parece estar
Construída em cantareira,
Que faz lembrar um altar
Erigido à Padroeira.
Ah! Bem vejo. A que vaidosa
Se mira no Guadiana ?
Pois foi rainha – e mimosa –
Nesta terra alentejana.
É linda!... Como se chama?
Que história encerra no fundo?
Foi conquistada à moirama
P’lo rei D. Sancho II.
Cidade fenícia, foi dita
Feitoria sem igual.
D’Árabes tem a Mesquita
Que é única em Portugal.
Dos Mouros foi fortaleza,
Dos Romanos teve a glória.
É Mértola, outrora princesa,
Ufana da sua História.
É a “Bela Adormecida”
Deste nosso Portugal.
Foi nela que eu vim à vida,
É minha terra natal.
Jony Horta
Rorschach-28-02-2015
Trago o sol na algibeira
A planície em meus braços
Trago no corpo a canseira
Por lhe seguir os seus passos
As papoilas na lapela
Ouço o balir da ovelha
Pastando pela courela
Alentejo quando canta,
vê quebrada a solidão;
traz a alma na garganta
e o sonho no coração.
Trago a lua bem fechada
Na palma da minha mão
Tão brilhante, prateada
P’ra me não cair no chão
Trago um sorriso nos lábios
Por ver lindas aguarelas
Recordo os velhos, os sábios
Fazendo quadras tão belas
Trago rosas, açucenas
Lírios roxos, girassóis
Lembro as moçoilas morenas
No rio, lavando os lençóis
Carrego nas algibeiras
O aroma do poejo
Revejo as lindas ceifeiras
Que me tomam de desejo
É esse chão que me atrai
Com seus ancestrais sobreiros
De meu coração não sai
Com suas gentes, seus cheiros
Alentejo, com a sua gente
Matizes que dão prazer
Podemos olhar em frente
Nem sempre tudo pode ver
Jony Horta
Rorschach-20-01-2015